No lugar de Santa Tecla, um dos núcleos mais antigos da freguesia, existe a Casa da Quinta de Santa Tecla que um portão monumental protege.
É lá que tem a Capela de Santa Tecla.
O interior da capela nada conserva do primitivo. Nos inícios da década de 1920 foi colocada, no local onde existiu o altar-mor, uma espécie de gruta – feita em cortiça – com as Imagens da Virgem de Lurdes e Bernardete, inovações que Braga tanto acarinhou nos finais do século XIX e primeiros anos do seguinte.
Pena que tivesse acontecido assim porque, para a gruta ser levantada, teve de ser retirado um retábulo barroco, certamente de estilo nacional e de muito boa qualidade.
Exteriormente não é mais do que uma pequena, singela e bonita capela, sobrepujada por uma cruz – onde originalmente teve uma imagem de São João Baptista – e com uma imagem feminina muito bonita, em granito, que o tempo escureceu, colocada num cavalo que serve de peanha, como era costume fazer-se em outros templos da cidade.
Albano Belino e outros estudiosos quiseram ver nesta figura a imagem de Santa Tecla. Apesar dos líquenes que a cobrem ainda podemos percepcionar que ela é de excelente qualidade, que nos faz lembrar um pouco a que se vê no patamar da escada principal do Antigo Paço Arquiepiscopal, uma escada que, com toda a certeza, foi muitíssimas vezes calcorreada por José Pinheiro Leite no decorrer das suas importantes funções de escrivão apostólico.
Excepto o lugar em que está colocada, nada nesta imagem nos pode dizer agora que ali está uma santa porque não conserva nenhum atributo.
Faltam-lhe, para se aparentar com a representação tradicional de Santa Tecla, a açucena nas mãos e os leões a rodeá-la. Mas o que interessa é aquilo em que se acredita e não aquilo que se vê.
© 2024 Junta de Freguesia de São Victor. Todos os direitos reservados | Termos e Condições