Junta de Freguesia de São Victor Junta de Freguesia de São Victor

Igreja Paroquial de São Victor

A Igreja de São Victor ocupa um lugar de destaque entre os múltiplos monumentos de arquitectura religiosa existentes em Braga. Podemos mesmo dizer que é a maior e mais imponente das igrejas paroquiais da cidade. Do ponto de vista arquitectónico é a mais bela e é também a que tem o melhor conjunto de azulejos.


É errado pensar esta igreja da mesma forma que as restantes paroquiais da cidade. Como a sua apresentação pertencia à Mitra o templo de S. Victor não foi construído pelo povo; foi inteiramente levantado por um arcebispo, um homem de grande rasgo e visão, habituado ao bom e ao melhor, oriundo da capital, e antigo embaixador em Roma.


A ele pertenceu a parte da arquitectura, a decoração interior de azulejo e o seu retábulo-mor. Todo o resto foi entregue ao povo da freguesia que o ocupou através das confrarias.


Esta igreja foi construída no alto de uma pequena elevação artificialmente alterada – quase parecendo um promontório – visível de vários lados, inclusive das muralhas da cidade. A inacessibilidade era algo que ajudava a torná-la distinta, referencial.


É interessante que também a tenha colocado no mesmo eixo que liga uma das mais importantes portas da cidade – onde alguns anos mais tarde seria construída a Arcada – com o santuário do Bom Jesus.


Passamos a descrever esta igreja segundo os olhos do seu pároco no ano de 1758:


“A igreja é grande, feita ao moderno, a qual reedificou o senhor arcebispo Dom Luís de Sousa no ano de 1686. É da invocação do mártir São Victor, bracarense, cujo corpo se afirmava estar sepultado em um lado da capela-mor da igreja antiga, sobre cuja sepultura estava um túmulo de madeira, com seus anjos pintados em roda, cercados de grades de madeira e seu docel da mesma, sobre quatro colunas para que o povo não pisasse o lugar e venerasse o tal sítio.


Depois de reedificar a nova igreja, foi o mesmo arcebispo com seus ministros à dita sepultura e, cavando-se a terra em altura de doze palmos, se acharam três arcas de jaspe branco, com suas cobertas do mesmo, e para que estas não quebrassem as atravessavam por cima umas vigas de ferro. Em um dos túmulos se acharam os ossos de um corpo humano, excepto a cabeça, que se presumiram ser de São Victor, mártir, porque a sua cabeça consta estar na igreja de Santiago de Compostela. Os outros dois se presumiu ser um de São Silvestre, mártir, arcebispo que foi desta cidade e o outro de São Cucufate, mártir, também natural desta cidade, cujos ossos, além dos que se furtaram, que algumas pessoas nesta cidade conservam com cheiro suavíssimo, e os que restaram os mandou o arcebispo guardar na sacristia da igreja; e, ao depois, no pavimento da capela-mor lhe mandou fazer uma cave cercada de paredes onde tornou a colocar os três túmulos com os próprios ossos e cobertos por cima com grossas padieiras de pedra, sem mais averiguação de identidade e certeza de cujos eram, mudando para outro sítio as sepulturas dos vigários para que não enterrassem sobre os ditos túmulos.


Tem esta igreja na capela-mor o Santíssimo Sacramento e a imagem de São Victor, de vulto, com suas confrarias; da parte do Evangelho está o altar do Menino Deus, com sua irmandade; logo se segue, em outro arco, o altar de Santo António, com uma rica confraria; da parte da Epístola o altar de santa Susana, mártir, bracarense, com sua confraria, mais abaixo o altar de São Sebastião, com sua confraria. Tem mais a devoção das Almas com um quadro em que estão pintadas, posto no arco da capela-mor e se faz aqui todos os anos um aniversário com quantidade de missas. Enterra esta confraria das Almas aos pobres desta freguesia. Tem um grande pátio esta igreja, com magnifícas escadas que descem à rua”.


A Igreja de São Victor foi classificada como Imóvel de Interesse Público pelo decreto-lei 129/77, de 29 de Setembro de 1977.


  • Categoria:Igrejas
  • Morada:Rua de São Domingos n.º 4
    4710-435

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